Em 1957, o frevo Evocação nº 1, de Nelson
Ferreira, gravado pelo bloco Batutas de São José (o chamado frevo
de bloco) invadiria o carnaval carioca derrotando a marchinha e
o samba. O lançamento era da gravadora local, Mocambo, que se destacaria
no registro de inúmeros frevos e em especial a obra de seus dois maiores
compositores, Nelson (Heráclito Alves) Ferreira (1902-1976) e Capiba. Além de
prosseguir até o número 7 da série Evocação, Nelson Ferreira teve êxitos como o
frevo Veneza Brasileira, gravado pela sambista Aracy de Almeida e
outros como No Passo, Carnaval da Vitória, Dedé, O Dia Vem
Raiando, Borboleta Não É Ave, Frevo da Saudade. A exemplo de Nelson,
Capiba também teve sucessos em outros estilos como a clássica valsa
canção Maria Bethânia gravada por Nelson Gonçalves em 1943, que
inspiraria o nome da cantora. Depois do referido É de Amargar, de 1934,
primeiro lugar no concurso do Diário de Pernambuco, Capiba emplacou Manda
Embora Essa Tristeza (Aracy de Almeida, 1936), e vários outros frevos
que seriam regravados pelas gerações seguintes como De Chapéu de Sol
Aberto, tenho uma Coisa pra lhe Dizer, Quem Vai pro Farol é o Bonde
de Olinda, Linda Flor da Madrugada, A pisada é essa, Gosto de Te
Ver Cantando.
Cantores como Claudionor Germano e Expedito
Baracho se transformariam em especialistas no ramo. Um dos principais
autores do samba-canção de fossa, Antônio Maria (Araújo de Morais,
1921-1964) não negou suas origens pernambucanas na série de frevos (do número 1
ao 3) que dedicou ao Recife natal. O gênero esfuziante sensibilizou mesmo a
intimista bossa nova. De Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Frevo)
a Marcos e Paulo Sérgio Valle (Pelas Ruas do Recife)
e Edu Lobo (No Cordão da Saideira) todos investiram no (com)
passo acelerado que também contagiou Gilberto Gil a munir de
guitarras seu Frevo Rasgado em plena erupção tropicalista.
A baiana Gal Costa misturou frevo, dobrado e
tintura funk (do arranjador Lincoln Olivetti) num de seus maiores
sucessos, Festa do Interior (Moraes Moreira/Abel Silva) e a safra
nordestina posterior não deixou a sombrinha cair. O pernambucano Carlos
Fernando, autor do explosivo Banho de Cheiro, sucesso da paraibana Elba
Ramalho, organizou uma série de discos intitulada Asas da América a
partir do começo dos 1980.
Alceu Valença iniciou-se no gênero com a série de
discos Asas da América, idealizada por Carlos Fernando, nos anos 80. Neste
período, compõe os frevos Homem da Meia-Noite, Sou Eu Teu Amor, Menina
Pernambucana, Pitomba Pitombeira. Recria o clássico Voltei Recife, de
Luiz Bandeira. Seguem-se sucessos como Bom Demais, Me Segura Que
Senão Eu Caio, Beijando a Flora, Roda e Avisa, De janeiro a
Janeiro, entre outros. Tropicana ganhou versão em frevo, orquestrada
pelo maestro Duda. Em 2006, reúne 150 mil pessoas em Recife na gravação do DVD
carnavalesco Marco Zero. Em 2013, lança o disco Amigo da Arte, também
dedicado ao frevo e aos gêneros do carnaval. Seu show anual de carnaval no
Marco Zero é um dos principais eventos do calendário da música e da cultura de
Pernambuco.
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